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Carlos Bolsonaro articula esquema criminoso de fake news, aponta PF

Investigações causam tensão no presidente Bolsonaro, que atua para controlar a PF; novo diretor-geral do órgão é amigo de Carlos.

Com informações da Folha de São Paulo
25/04/2020

Investigação da Polícia Federal conduzida pelo STF (Supremo Tribunal Federal) identificou o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) como um dos articuladores do esquema criminoso das fake news, segundo reportagem da Folha de São Paulo publicada neste sábado (25). Nos últimos meses, o presidente Jair Bolsonaro - pai dele - cobrou informações do então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, a respeito dessas investigações.

Apesar de ter sido eleito vereador pelo Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro atua no Palácio do Planalto no comando do 'gabinete do ódio'. Foto: ALERJ

A Folha apurou que Valeixo resistiu ao assédio de Bolsonaro. Então, evocando seu “poder de veto”, o presidente decidiu demitir o chefe da PF, que havia sido escolhido pelo então ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. A decisão foi tomada à revelia do ex-juiz, que deixou o Governo Bolsonaro nesta sexta-feira (24), acusando o presidente de interferência política.

No inquérito que atinge o filho de Bolsonaro atuam quatro delegados. Um deles é Igor Romário de Paula, que coordenou a Lava Jato em Curitiba quando Moro era o juiz da operação. Valeixo foi superintendente da PF no Paraná na mesma época.

Dentro da Polícia Federal, segundo a Folha de São Paulo, “não há dúvidas de que Bolsonaro pressionou Valeixo, homem de confiança de Moro, porque tinha ciência de que a corporação havia chegado ao seu filho, chamado por ele de 02”.

O inquérito que apura o esquema criminoso das fake news foi aberto em março do ano passado pelo presidente do STF, Dias Toffoli. Carlos é suspeito de ser um dos líderes de grupo que monta notícias falsas, intimida e ameaça autoridades públicas na internet. A PF também investiga a participação de seu irmão Eduardo Bolsonaro.

Procurado pela Folha de São Paulo, o chefe de gabinete de Carlos não respondeu aos contatos.

O novo diretor-geral da PF
O presidente Bolsonaro escolheu Alexandre Ramagem neste sábado (25) para comandar a PF. Ele era diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e foi indicado por Carlos Bolsonaro, de quem é amigo. Os dois se aproximaram durante a campanha eleitoral de 2018, quando o policial federal atuou no comando da segurança do então candidato a presidente Jair Bolsonaro.

A proximidade entre os dois aumentou quando Ramagem teve cargo de assessor especial no Planalto nos primeiros meses de governo. Foi justamente no Planalto que foi instalado o "gabinete do ódio" para detratar adversários políticos. Carlos é considerado o criador do grupo e também atua informalmente como chefe da área de Comunicação no Governo Bolsonaro, apesar de ter sido eleito vereador pelo Rio de Janeiro. 

Leia a reportagem completa no site da Folha de São Paulo.

Edição: Crítica21

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