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Bolsonaro demite Mandetta e anuncia oncologista para o Ministério da Saúde

O escolhido é Nelson Teich; novo ministro fez questão de ressaltar “alinhamento completo” com o presidente.

Por Crítica21
16/04/2020

O presidente Jair Bolsonaro demitiu nesta quinta-feira (16) o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Em seu lugar, escolheu o médico oncologista Nelson Teich. A apresentação do novo ministro ocorreu na tarde desta quinta-feira, em cerimônia no Palácio do Planalto, com a presença de Bolsonaro.

Novo ministro foi apresentado em cerimônia no Palácio do Planalto, ao lado de Bolsonaro.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Fotos Públicas 

Em seu discurso, Teich fez questão de transparecer sintonia com o presidente: "Deixar claro que existe um alinhamento completo entre mim e o presidente e todo o grupo do ministério. O que estamos fazendo aqui hoje é trabalhar para que a sociedade retome de forma cada vez mais rápida uma vida normal".

Teich ainda falou em um "grande programa de teste" de Covid-19 no país e afirmou que saúde e economia são complementares. Destacou que é necessário entender a doença porque, assim, “maior vai ser nossa capacidade de administrar o momento, planejar o futuro e sair dessa política do isolamento e do distanciamento”.

O oncologista resumiu como vai tratar a questão do novo coronavírus: "Tudo aqui vai ser tratado de uma forma absolutamente técnica e científica". Ele deu a entender que vai considerar projetos de pesquisa. "Isso vai permitir que você colha o maior número possível de informações no espaço mais curto de tempo. Isso vai te ajudar a entender o que faz a diferença ou não para as pessoas, para os pacientes e para a sociedade".

Em seu discurso, Bolsonaro disse que o novo ministro começa a trabalhar para "redirecionar a posição" em relação à pandemia. "Já começa hoje mesmo a transição, que vai servir para redirecionar a posição, não apenas do presidente, mas dos 22 ministros que integram nosso governo".

Mandetta e Bolsonaro estavam em 'guerra' sobre como atuar na crise do coronavírus. 
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Fotos Públicas

Crise com Mandetta
Em 6 de abril, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta quase foi demitido por Bolsonaro, por uma série de divergências sobre a condução das ações para enfrentar a Covid-19. Um dos pontos de discórdia foi a posição sobre as medidas de isolamento social recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Apesar de Bolsonaro ter tomado a decisão de demitir Mandetta, ele recuou após convencimento dos militares de seu governo e pressão do Congresso Nacional. Nos dias seguintes, as divergências prosseguiram, com declarações conflituosas e indiretas das duas partes.

A gota d’água ocorreu no último domingo (12), quando o ex-ministro deu uma entrevista ao Fantástico, da TV Globo. Na ocasião, continuou defendendo as medidas de isolamento e criticou a falta de sintonia entre ele e o presidente sobre as ações de enfrentamento à crise da Covid-19. 

Depois dessa entrevista, integrantes do governo que antes apoiavam Mandetta mudaram de opinião. O vice-presidente Hamilton Mourão chegou a afirmar na terça-feira (14) que as falas do ex-ministro haviam cruzado "a linha da bola”. Mourão disse: “Ele fez uma falta. Merecia um cartão”.

Edição: Anderson Augusto de Zottis Soares – Crítica21

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