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Atletas se mobilizam em defesa da democracia e contra o racismo

Movimento ‘Esporte pela Democracia’ reúne atletas e ex-atletas de diferentes modalidades, além de jornalistas esportivos. 

Com informações da RBA       
04/06/2020                                     

Um grupo de esportistas lançou, nesta terça-feira (2), o movimento Esporte pela Democracia, que conta com a participação de atleta e ex-atletas de diversas modalidades. Entre os envolvidos estão os ex-jogadores de futebol Raí, Casagrande, Grafite e Juninho Pernambucano, e ex-jogadores de vôlei, como Ana Moser, Isabel, Fabi e Serginho. 

Ídolos do esporte se posicionam contra o racismo, a injustiça social e o autoritarismo. Foto: montagem Crítica21/reprodução

Também integram a lista o jogador do Fluminense Igor Julião, a nadadora Joanna Maranhão, o ex-tenista Gustavo Kuerten, a jogadora de vôlei Fernanda Garay e os jornalistas esportivos Juca Kfouri e José Trajano. 

Com um manifesto publicado nas redes sociais, os esportistas reforçam o compromisso com a democracia, o respeito à diversidade e a luta contra o racismo e o autoritarismo. 

“A tentativa contínua de destruição da democracia se mostra de forma clara e direta por inúmeras medidas autoritárias. Testemunhamos diariamente desrespeito à Constituição, o uso desvirtuado da política em benefício de poucos, ataque às instituições democráticas e ameaças ditatoriais”, afirmam. 

O posicionamento das personalidades do esporte ocorre dias após manifestos de juristas e de intelectuais e depois das manifestações em defesa da democracia, promovidas pelas torcidas organizadas e antifascistas no último domingo (31). 

Segundo o jogador do fluminense, Igor Julião, os protestos dos torcedores e os atos antirracistas em memória de George Floyd incentivaram a criação do movimento de atletas brasileiros. 

“As manifestações antirracistas no mundo e a favor da democracia tiveram influência. Eu sempre digo que o futebol é o esporte do povo e ver todas as torcidas juntas se manifestando a favor da democracia foi lindo”, disse à RBA. 

Foto: reprodução

Democracia em jogo

Para a nadadora Joanna Maranhão, os atletas precisam se posicionar diante do retrocesso que vive o país. “Não existe esporte sem luta pela democracia. Não existe democracia em uma sociedade racista. Ainda que o sistema esportivo se retroalimente do silêncio e conivência dos atletas, a gente está aqui pra falar”, publicou em suas redes sociais. 

O ídolo e atual dirigente do São Paulo, Raí, tem se manifestado contra a forma como o presidente governa. Em entrevista à rádio francesa RFI, ele se posicionou mais uma vez: “Minha postura é em favor da democracia, de viver em um país onde há um debate construtivo. Não me envolvo com polêmicas, mas quando vejo tanta injustiça social, que vidas estão sendo ameaçadas pelo vírus, eu falo. O presidente foi eleito democraticamente, mas você precisa ouvir a ciência, os especialistas e não colocar em risco a vida das pessoas”, disse.

Antirracismo

A nota publicada pelo Esporte pela Democracia também cita o racismo. “A banalização da vida negra soma historicamente milhares e milhares de mortos por violência, discriminação, práticas racistas diárias bem diante dos nossos olhos”, critica o texto. 

O ex-jogador e comentarista Walter Casagrande publicou um vídeo no Instagram em que comenta sobre o assunto. “Isso acontece constantemente no Brasil. Eu sou contra o racismo, homofobia e todos os preconceitos. Nós temos que nos posicionar e não podemos aceitar mais atitudes de ódio na nossa sociedade. Temos que brigar pela nossa paz.” 

Edição: Crítica21

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