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A verdade por trás do PL 2630: desmascarando a campanha de desinformação das Big Techs

O projeto busca estabelecer regras claras para a identificação e responsabilização dos autores de informações falsas, de modo a tornar a internet um ambiente mais seguro e confiável para todos.

Foto: Mitchell Luo/Unsplash

Por Adriano Nascimento*
02/05/2023

O Projeto de Lei 2630, também conhecido como Lei das Fake News, é uma iniciativa do Senado brasileiro que visa combater a disseminação de informações falsas na internet. O projeto prevê a criação de mecanismos para identificar e responsabilizar aqueles que produzem e compartilham informações falsas, além de estabelecer regras mais rígidas para as plataformas digitais. 

Desde a sua apresentação, o PL 2630 tem sido alvo de críticas por parte de empresas de tecnologia, que alegam que a lei pode ferir a liberdade de expressão e prejudicar a privacidade dos usuários. Grandes plataformas de redes sociais, como o Facebook, o Twitter e o Google, lançaram campanhas contra o projeto, alegando que a lei pode prejudicar o livre fluxo de informações na internet. 

Essas empresas, juntamente com outras organizações, iniciaram uma campanha de desinformação contra o PL 2630, espalhando informações falsas sobre o projeto e apresentando-o de forma distorcida. Entre as alegações falsas, destacam-se a ideia de que a lei poderia permitir a censura na internet e que os provedores de serviços de internet teriam que verificar todas as mensagens trocadas por seus usuários. 

No entanto, essas alegações são falsas e estão distantes da realidade do projeto de lei. O PL 2630 não prevê qualquer tipo de censura na internet, nem obriga os provedores de serviços de internet a verificar todas as mensagens trocadas pelos usuários. Em vez disso, o projeto busca estabelecer regras claras para a identificação e responsabilização dos autores de informações falsas, de modo a tornar a internet um ambiente mais seguro e confiável para todos. 

Além disso, é importante destacar que as grandes empresas de tecnologia têm um histórico de negligência em relação à disseminação de informações falsas em suas plataformas. A campanha contra o PL 2630 parece mais uma tentativa de preservar seus próprios interesses comerciais do que uma preocupação genuína com a liberdade de expressão e a privacidade dos usuários. 

Ao invés de se opor ao projeto de lei, as empresas de tecnologia deveriam colaborar com as autoridades brasileiras para encontrar soluções mais eficazes para combater a desinformação na internet. Afinal, a disseminação de informações falsas pode ter sérias consequências, incluindo a desinformação do público, a disseminação de ódio e preconceito, e até mesmo a ameaça à democracia. O que não vale na vida real não deve valer na vida virtual também. 

Adriano Nascimento é gestor público especializado em Gestão de Cidades e Planejamento Urbano

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