Moro perde ação para Greenwald e pode ser chamado de juiz corrupto
Justiça não aceitou argumentos do agora senador, que corrompeu processos, manipulou a Lava Jato e se valeu do cargo de juiz para fazer política.
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| Moro também foi ministro do governo de Jair Bolsonaro, de quem é aliado. Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil |
O ex-juiz paranaense Sergio Moro (agora senador pelo União Brasil) perdeu uma ação na Justiça para o jornalista Glenn Greenwald, ex-The Intercept. A informação foi publicada pela coluna de Mônica Bergamo, neste sábado (11), na Folha de São Paulo.
Segundo
a jornalista, a 8ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná decidiu sobre
um processo movido por Moro após o jornalista classificá-lo como "juiz
corrupto" nas redes sociais.
O senador pedia que publicações com a alcunha "juiz corrupto" fossem deletados do Twitter e do Youtube por Greenwald.
Moro foi alvo das críticas do jornalista por ter se utilizado de práticas corruptas e de manipulação de processos da operação Lava Jato, além de ter usado o cargo de juiz para fazer política. Apesar de ter obtido vitória em primeira instância, Moro não teve seus argumentos acolhidos por desembargadores da 8ª Câmara.
Para o relator Hélio Henrique Lopes Fernandes Lima, que foi seguido pela maioria, "a remoção dos conteúdos referentes ao agravado [Moro], então pré-candidato à Presidência da República, implicaria, na minha óptica, em lesão à liberdade de opinião pública e política do agravante [Glenn], que exerce papel de imprensa, suscitando evidente censura".
"O tribunal reconheceu o direito que o Glenn tem de chamar o juiz corrupto de juiz corrupto", disse o advogado de Greenwald, José Renato Gaziero Cella.
No Twitter, o jornalista celebrou a decisão: “é claro que estou grato e honrado por ter conquistado para o Brasil o direito de chamar Moro de ‘juiz corrupto’, porque ele é. Ele passou anos atacando Bolsonaro e Lula por não respeitar o direito da imprensa de criticar os políticos, mas me processou para silenciar minhas críticas”.
Moro ainda pode recorrer da decisão perante a Justiça paranaense ou nas instâncias superiores. Na ação, a advogada do senador, Carolina Padilha disse que o jornalista "conhece o conceito de corrupção e certamente o utilizou com a intenção de ofender".
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