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Brasil encerra 2020 com o maior número de queimadas na década

Conforme o Inpe, o Pantanal foi destaque entre os biomas mais destruídos: teve 22.119 focos de incêndio, 120% a mais que em 2019.

Tamanduá que foi socorrido após incêndio no Pantanal, em 2020. Foto: Juliana Carvalho/via Fotos Públicas
Por Crítica21 – com informações do UOL
03/01/2021 

O Brasil fechou 2020 com o maior número de queimadas desde 2010, segundo dados divulgados na última sexta-feira (1º) pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). No total, foram 222.798 focos de incêndio registrados, 12% a mais que em 2019.

Conforme o relatório, o Pantanal foi destaque entre os biomas mais destruídos. A região contabilizou 22.119 focos, 120% a mais que em 2019 - o maior número desde o início das medições em 1998. As queimadas no Pantanal no ano passado atingiram 28% da área do bioma somente até outubro. 

A região com mais focos em 2020, como em todos os demais anos medidos, foi a Amazônia, com 103.134 incêndios registrados, 15% a mais que no ano anterior. 

As políticas ambientais têm sido um dos pontos de críticas ao governo e ao presidente Bolsonaro, que tenta desqualificar os pesquisadores do Inpe. Em 2019, o chefe do Executivo demitiu o então diretor do órgão, Ricardo Galvão, pela divulgação de dados que já naquele ano demonstravam o aumento das queimadas no país. 

Incêndio no Pantanal em setembro de 2020. Foto: Mayke Toscano/Secom-MT/via Fotos Públicas

Satélite

Outro ponto de impasse foi a aquisição de um satélite para, entre outras coisas, monitorar o desmatamento na Amazônia. No final de 2020, o governo federal firmou contrato, sem licitação, no valor de R$ 175 milhões para adquirir o aparelho. A informação foi divulgada na última sexta-feira (1º) pelo jornalista Rubens Valente, do UOL.  

Como o governo optou por manter no sigilo os detalhes da compra, não é possível saber o tipo de satélite escolhido. Mas, segundo a reportagem de Valente, o Ministério da Defesa pretendia comprar um satélite de banda X, que especialistas avaliam ser menos eficaz para monitorar a Amazônia.

Aliás, o Inpe já havia informado em setembro ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações que o satélite que o governo estudava adquirir na época não era “apropriado para o monitoramento do desmatamento na Amazônia“.

Edição: Anderson Augusto de Zottis - Crítica21

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