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WikiLeaks: justiça britânica nega extradição de Assange aos EUA

A juíza do Tribunal de Londres, Vanessa Baraitser, acatou argumento da defesa sobre os riscos à vida e à saúde do ativista. 

Por Crítica21 – com informações da Sputnik Brasil e Carta Capital
04/01/2021 

A justiça britânica negou pedido para que o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, fosse extraditado aos EUA. A decisão foi proferida na manhã desta segunda-feira (4) pela juíza do Tribunal de Londres, Vanessa Baraitser, acatando argumento da defesa a respeito dos riscos à vida e à saúde do ativista australiano. 

"O último argumento da defesa está ligado à saúde de Assange, e após analisar sua saúde e as conclusões de psiquiatras (...) considerei que as medidas administrativas especiais podem ser aplicadas contra ele nos EUA, envolvendo um sério isolamento. Isto pode afetar negativamente sua saúde psicológica", afirmou Baraitser. 

Os EUA – que vão recorrer da decisão – acusam o ativista de espionagem devido à publicação de centenas de milhares de documentos confidenciais. De acordo com os advogados de Assange, o processo poderá ser levado ao Supremo Tribunal britânico ou ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Por ora, eles vão pedir a liberdade do australiano junto à Justiça. 

Julian Assange em 2014. Foto: Cancillería del Ecuador

Documentos secretos

Assange é o fundador do WikiLeaks, que publicou quase 700 mil documentos militares e diplomáticos confidenciais a partir de 2010. Entre os documentos, estava um vídeo que mostrava helicópteros de combate dos EUA atirando contra civis no Iraque em 2007. O ataque matou várias pessoas em Bagdá, incluindo dois jornalistas da agência de notícias Reuters. 

Desde então o governo estadunidense tenta punir Assange sob acusação de espionagem. Mantido em penitenciária de segurança máxima em Londres desde abril de 2019, o australiano viveu por sete anos como refugiado na embaixada do Equador na capital britânica. 

Washington alega que Assange colocou em perigo as vidas de seus informantes com a publicação dos documentos secretos sobre as ações militares norte-americanas no Iraque e no Afeganistão, que revelaram atos de tortura, mortes de civis e outros abusos. 

Liberdade de imprensa

Para o comitê de apoio ao australiano, porém, as acusações têm motivação política e “representam um ataque sem precedentes à liberdade de imprensa”.

A defesa do australiano denunciou que o presidente norte-americano, Donald Trump, queria transformá-lo em um castigo “exemplar” em sua “guerra contra os jornalistas investigativos” e que Assange não teria um julgamento justo nos EUA.

Edição: Anderson Augusto de Zottis

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