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29M: Multidões nas ruas contra Bolsonaro

Ato na Avenida Paulista ocupou sete quarteirões; mais de 200 cidades no Brasil e no exterior tiveram protestos contra o presidente neofascista. 

Ato na Avenida Paulista, SP. Foto: reprodução/Mídia Ninja

Por Crítica21
29/05/2021 

Milhares de pessoas saíram às ruas neste sábado (29) para manifestarem contra o presidente Jair Bolsonaro. Os atos ocorreram nas 27 capitais e em mais de 200 cidades no Brasil e no exterior. Entre as reivindicações, os participantes cobraram o impeachment de Bolsonaro, auxílio emergencial no valor mínimo de R$ 600,00, vacinas contra a covid-19, e ainda se manifestaram contra as privatizações e a reforma administrativa. 

As mobilizações foram convocadas pelas Frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, com a participação de partidos políticos, sindicatos e movimentos sociais. Nos atos, os organizadores adotaram medidas de segurança sanitária para evitar a contaminação pelo coronavírus e os manifestantes foram orientados a manterem o distanciamento físico e a usarem máscaras.

Apesar da gravidade da pandemia, os movimentos populares decidiram ocupar as ruas para denunciar os crimes e descaso do governo federal e do presidente, como forma de pressionar pela responsabilização de Bolsonaro e pela aceitação dos pedidos de impeachment contra o neofascista. 

Avenida Paulista

Os atos tiveram início pela manhã e encerraram com uma grande mobilização na Avenida Paulista, região central de São Paulo. Uma multidão ocupou sete quarteirões da via e gritaram palavras de ordem contra Bolsonaro. O evento contou com a presença do líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, e da deputada federal e presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), Gleisi Hoffman.

 

Organizadores estimam que mais de 80 mil de pessoas participaram da manifestação em São Paulo. Em seu discurso, Boulos denunciou o “descaso e genocídio do Bolsonaro” e disse que era hora de dar um basta ao presidente e ao seu governo. “Não vamos mais esperar até 2022, enquanto o nosso povo morre. Chegou a hora de semear um projeto de esperança e hoje é só o começo. Viemos às ruas com responsabilidade e sem medo de lutar”, afirmou. 

Já Gleisi Hoffmann lembrou que, além da pauta pelo ‘Fora Bolsonaro’, a luta de hoje é por mais vacinas e por um auxílio emergencial digno. “Estamos aqui contra o governo da fome e morte. Estamos cansados desse momento em que vive o Brasil. Quem está aqui não está errado, quem tá errado é Bolsonaro que faz estarmos aqui. O ato de hoje é o início de um movimento do Brasil pela vacina, pelo auxílio emergencial e, principalmente, para dizer que não queremos Bolsonaro”, defendeu a líder petista.

 

Outras capitais

No Rio de Janeiro (RJ), o ato se concentrou na Avenida Presidente Vargas e reuniu uma multidão. Houve distribuição de 2 mil máscaras e álcool. Em diversos momentos, as lideranças relembravam a importância do distanciamento social. Em Brasília (DF), pela manhã, mais de 2 mil manifestantes seguiram em passeata pela Esplanada dos Ministérios. Em Belo Horizonte (MG), 18 mil pessoas participaram da mobilização.

No Sul do país, em Porto Alegre (RS), os atos se concentraram na parte da tarde e reuniram mais de 30 mil pessoas na capital gaúcha. Em Curitiba (PR), os manifestantes se concentraram na praça Santos Andrade e seguiram pelas ruas centrais da cidade. Ao todo, mais cinco mil pessoas participaram da mobilização.

Manifestantes se reuniram em frente à Prefeitura de Porto Alegre. Foto: Luiz Damasceno
No Ceará, houve mobilização em Fortaleza e no interior, na cidade de Juazeiro do Norte. Na capital, os manifestantes se organizaram à tarde, na praça da Gentilândia e seguiram até a praça da Igreja de Nossa Senhora de Fátima. Eles distribuíram kits de prevenção ao coronavírus, com máscaras PFF2 e álcool. Em Juazeiro do Norte, o ato foi pela manhã e foi dispersado poucas horas após o início por uma ação da Guarda Municipal e do Polícia Militar. 

No Recife (PE), a tropa de choque da Polícia Militar reprimiu a manifestação com tiros de bala de borracha e spray de pimenta. Ao menos, três pessoas ficaram feridas. Uma delas é a vereadora do Recife, Liana Cirne (PT), que foi atingida à queima-roupa por um jato de spray de pimenta, disparado por um policial de dentro da viatura. Um homem foi atingido por bala de borracha no olho esquerdo.

Em Porto Velho (RO), uma carreata cortou a cidade entre a Zona Sul e Zona Norte. Já em Belém, no Pará, cerca de 3 mil pessoas ocuparam as ruas da cidade. A concentração foi na praça da República e depois o ato seguiu até o Largo de São Brás.  

Interior e litoral de São Paulo

Dezenas de municípios do interior e do litoral de São Paulo também se mobilizaram contra Bolsonaro. Essas cidades votaram maciçamente no neofascista em 2018. As mobilizações ocorreram nas cidades de Araçatuba, São José do Rio Preto, Assis, São Carlos, Bauru, Sorocaba, Campinas, Guaratinguetá, Ilhabela, Indaiatuba, Marília, Jacareí, Praia Grande, Ribeirão Preto, Piracicaba, Santos, São Bernardo do Campo, São José dos Campos, Taubaté, Poá e Ubatuba. 

Ato na Praça Dom José Marcondes, em São José do Rio Preto (SP). Foto: Anderson Augusto de Zottis

Exterior

Também houve protestos contra Bolsonaro registrados em Londres (Inglaterra), Berlim (Alemanha), Lisboa (Portugal), Paris (França) e Bruxelas (Bélgica).  

*Com informações do Brasil de Fato, CNN, G1, DW e Estadão. 

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